Fundado em 9 de novembro de 2011, tendo como premissa o estudo dos textos de Freud e sua retomada pelo ensino de Jacques Lacan, com a finalidade da formação do analista, da transmissão da psicanálise e da interlocução com os diversos núcleos/seções do Corpo Freudiano e com outros campos do saber.
Nosso objetivo quando da fundação do Núcleo Cuiabá, foi o de criar um espaço coletivo de estudo e transmissão da Psicanálise sustentando a ideia de que é em uma Escola, com suas trocas entre os membros, que a construção teórica da psicanálise é possível.
Marco Antonio Coutinho Jorge, fundador do Corpo Freudiano, destaca que desde Freud em sua Sociedade Psicológica das Quartas-feiras em que se reunia com seus discípulos iniciais, até os seminários de Lacan, a psicanálise sempre ganhou muito com a troca renovada entre alunos e analistas. Sendo assim o processo de construção teórica em psicanálise jamais se dá de modo isolado.
Com relação à formação do analista realizamos atividades semanais que se agrupam em: a formação básica que visa o estudo teórico dos conceitos fundamentais da psicanálise e a formação permanente direcionada àqueles que já concluíram a formação básica e desejam se tornar analistas. A formação deve ser permanente e contínua visando esta construção conjunta.
Em função desses objetivos outras atividades acontecem tais como: seminários, jornadas, cartéis e conferências. Temos grupos de discussão em torno da articulação entre Psicanálise, cinema, arte e literatura. Algumas atividades do núcleo são abertas à participação daqueles que não são membros da Escola.
FORMAÇÃO BÁSICA
Estruturada em 06 módulos, com duração de 03 anos, tem o objetivo de trabalhar os conceitos fundamentais da Psicanálise através da leitura dos textos de Freud e da introdução à teoria de Lacan. É importante salientar que a formação básica não…
FORMAÇÃO BÁSICA
Estruturada em 06 módulos, com duração de 03 anos, tem o objetivo de trabalhar os conceitos fundamentais da Psicanálise através da leitura dos textos de Freud e da introdução à teoria de Lacan. É importante salientar que a formação básica não tem o caráter de formar analistas já que isto se dará ao longo da formação permanente.
Módulos da Formação Básica:
I. Inconsciente e Pulsão
II. Édipo e Castração
III. Transferência E Repetição
IV. Estruturas Clínicas parte 1 (Histeria e Neurose Obsessiva)
V. Estruturas Clínicas parte 2 (Psicose e Perversão)
VI. Real, Simbólico e Imaginário
Ao final de cada módulo o aluno deve apresentar obrigatoriamente na Jornada da Formação Básica um trabalho referente ao módulo estudado. Cada módulo tem duração de um semestre.
FORMAÇÃO PERMANENTE
Atividade para aqueles que já concluíram a Formação Básica e tem o desejo de continuar a sua formação como analista. Estruturados em seminários, nos quais são trabalhadas as obras de Lacan e outras obras…
FORMAÇÃO PERMANENTE
Atividade para aqueles que já concluíram a Formação Básica e tem o desejo de continuar a sua formação como analista. Estruturados em seminários, nos quais são trabalhadas as obras de Lacan e outras obras e autores que dialogam com a psicanálise.
Na passagem da formação básica para a formação permanente os interessados deverão apresentar uma carta de intenção dirigida à comissão de ensino. A partir disto uma entrevista é realizada formalizando a entrada na formação permanente.
Atualmente dois Seminários estão sendo transmitidos:
a. Seminário 8 de Lacan : A transferência
b. Seminário 1 de Lacan: Os escritos técnicos de Freud.
JORNADAS
Momento de cada um se pôr à prova – não no sentido de atender um ideal de saber – mas de considerar que um dos dispositivos de transmissão da psicanálise, numa escola, é fazer a interlocução entre os nossos pares, se não…
JORNADAS
Momento de cada um se pôr à prova – não no sentido de atender um ideal de saber – mas de considerar que um dos dispositivos de transmissão da psicanálise, numa escola, é fazer a interlocução entre os nossos pares, se não estaríamos incorrendo no risco de fazer do ensino uma mestria, reproduzindo o modelo acadêmico onde o saber e a verdade se fecham numa unidade. Por isso, convocamos todos os alunos no trabalho de escrita, testemunho do percurso de cada um na Escola.
CARTÉIS
O Corpo Freudiano Escola de Psicanálise Seção Cuiabá, além do Curso de Formação Básica e dos Seminários de Formação Permanente, vem desenvolvendo o Núcleo dos Cartéis, o qual…
CARTÉIS
O Corpo Freudiano Escola de Psicanálise Seção Cuiabá, além do Curso de Formação Básica e dos Seminários de Formação Permanente, vem desenvolvendo o Núcleo dos Cartéis, o qual foi criado conforme a convocação lacaniana de 21 de junho de 1964, feita pelo próprio Lacan, ao fundar a Escola Freudiana de Paris.
No preâmbulo da Ata de Fundação da Escola Freudiana, Lacan fez inserir o princípio básico dos Cartéis. “Aqueles que vierem a esta Escola se comprometerão a realizar uma tarefa submetida a um controle interno e externo. Para a execução deste trabalho adotaremos o princípio de uma elaboração baseada num grupo; cada um deles (e temos um nome para designar estes grupos) será composto de três pessoas, no mínimo, e de cinco no máximo- quatro é a medida certa e MAIS UMA, encarregada de seleção, da discussão e do destino reservado ao trabalho de cada uma. Após um certo tempo de funcionamento, se proporá aos elementos de um grupo sua permutação para outro”.
Trata-se de mais uma forma de transmissão da psicanálise, na qual os participantes se comprometem a desenvolver o estudo de determinado tema escolhido, de forma singular. Tal conhecimento circulará entre os participantes impulsionado pela transferência. A existência da Mais Uma em cada grupo garante o desenvolvimento do trabalho e sustenta a transferência .
Dominique Fingerman, em seu texto Cartel, ainda deixa claro o funcionamento do Cartel e seus efeitos: “O Cartel começa com um incomodo, um não saber que atormenta, um sintoma, que pela graça da aposta se transforma em questão. A questão formulada por cada um no grupo chamado Cartel tem consequências: ela expõe e compromete quem a formulou e assina o seu engajamento de uma produção, de uma elaboração de saber digna da psicanálise perante a comunidade analítica. Melhor, ela “faz”, ela produz essa comunidade na base da aposta, do risco e da transferência de trabalho.”
Esse tipo de atividade está aberto para os participantes do Curso de Formação Básica e dos Seminários da Formação Permanente.
SEMINÁRIOS AOS SÁBADOS
Ocorrem geralmente duas vezes a cada semestre, com convidados dos demais núcleos e seções do Corpo Freudiano, bem como psicanalistas de outras Escolas e profissionais de outros…
SEMINÁRIOS AOS SÁBADOS
Ocorrem geralmente duas vezes a cada semestre, com convidados dos demais núcleos e seções do Corpo Freudiano, bem como psicanalistas de outras Escolas e profissionais de outros campos do saber que possam realizar uma interlocução com temas de importância na Escola .
Estes seminários prezam pela abertura para o debate e troca de conhecimento. Em função destes objetivos são seminários abertos para pessoas que não pertencem à Escola.
CINE CORPO
A relação entre cinema e psicanálise vem de longa data, são contemporâneos, surgiram no final do século XIX e tiveram seu apogeu no inicio do século XX. Suas criações provocaram…
CINE CORPO
A relação entre cinema e psicanálise vem de longa data, são contemporâneos, surgiram no final do século XIX e tiveram seu apogeu no inicio do século XX.
Suas criações provocaram mudanças significativas do homem com o mundo. O cinema com sua força imagética e a psicanálise com o inconsciente.
Freud, embora tenha utilizado várias referências artísticas ao longo de suas elaborações, não incluiu os filmes como objetos de seu interesse. No entanto, revelou posteriormente que os artistas transcendiam os psicanalistas e é com eles que deveríamos aprender.
Já Lacan foi um aficionado pela filmografia, utilizou alguns filmes para ilustrar seus seminários como também tinha predileção por alguns diretores. Para ele toda arte faz aparecer o indizível.
Vemos que não apenas a coincidência histórica do nascimento entre a sétima arte e a psicanálise produziu uma aproximação entre ambos.
Os filmes inicialmente surgiram como uma habilidade de mostrar mais do que como uma narrativa, com o decorrer dos tempos as técnicas foram sendo aprimoradas e consolidadas. Desta forma a psicanálise e os filmes puderam se aproximar e se articular. As cenas, a linguagem, a narrativa, a imagem, o tempo são significantes que os aproximam.
Segundo Telles, autor de “O psicanalista vai ao cinema”, os filmes com seus processos de criação de imagens e de pensamentos por imagens tratam de pensar a vida em movimento, que pede para ser escutada com o olhar e vista com o ouvido.
Para este autor, no ato de vermos um filme é fundamental que não sejamos tomados apenas pelo império do entendimento, com significações dadas a priori (que aprisiona o real-imagem.) – um novo pensamento pode nascer do deslocamento das funções dos órgãos habituais.
É isso que o cinema parece mostrar e é o ponto que mais aproxima-se da psicanálise:
“nesse movimento, o cinema vai ao encontro do psicanalista na sua vocação principal de produção de imagem e não mera ilustração de um texto teatral ou literário”.
A fim de podermos debater sobre alguns filmes e fazermos uma interlocução com a psicanálise foi criado o espaço Cinema e Psicanálise no Corpo Freudiano.
É uma atividade aberta ao público em geral e a entrada é gratuita.
PSICANÁLISE E LITERATURA
Por que não existir um ESPAÇO para o coletivo compartilhar o prazer de uma leitura complementar àquela dos textos tradicionais que embasam o ensino da Escola?…
PSICANÁLISE E LITERATURA
Por que não existir um ESPAÇO para o coletivo compartilhar o prazer de uma leitura complementar àquela dos textos tradicionais que embasam o ensino da Escola?
A partir do momento que se coloca esta questão surgem menções de Freud em sua vasta escrita, a qual, a todo momento, se serve da literatura, e faz dela sua própria teoria, fazendo de Sófocles seu interlocutor no Complexo de Édipo. Em “Os escritores criativos e os psicanalistas”(1907) Freud demonstra toda a sua admiração pela literatura ao discorrer sobre os escritores criativos: “Nós , os leigos, sempre tivemos curiosidade de saber onde esta singular personalidade, o escritor criativo, vai buscar a sua matéria prima, (…)e como ele consegue, por meio dela, nos fisgar de tal forma a nos provocar emoções das quais não acreditamos ser capazes.”
Lacan, da mesma forma, demonstra toda o seu entusiasmo pela literatura quando, no Seminário VI, traz as “Sete lições sobre Hamlet” e que num trecho icônico escreve: “Não há um verso de Hamlet, uma réplica que, em inglês, não tenha tal potência de impacto, tal violência de linguagem que faz dele algo que nos deixa, a todo instante, absolutamente estupefatos. Parece que foi escrito ontem, que não era possível escrever desse jeito três séculos atrás.”
O Espaço psicanálise, literatura e arte têm como uma de suas finalidades provocar em seus membros a mesma “ravissement”, o mesmo arrebatamento como o descrito por Lacan acima e em seu texto “Homenagem a Marguerite Duras…” (1965) .
Tem, ainda, por finalidade, ampliar o conhecimento de obras de arte voltadas à representação do subjetivismo e provocar discussões que possam desenvolver o respeito a opiniões divergentes.
As atividades consistirão em lançamento de um novo título literário para leitura a cada dois meses com discussão no final, baseando-se, principalmente e inicialmente, nos livros mencionados por Freud e Lacan.
Trata-se de atividade aberta aos membros da Escola e aficionados da Literatura e arte.
C00rdenação
Fátima Balieiro | Marcia Smolka | Maria da Consolação Pereira Domingues | Maria Fernanda Barbosa Lima Trigo Bumlai
Rua 24 de outubro, 216 | Cuiabá – Mato Grosso | CEP 78.005-330
Tel.: (65) 3624-8090
corpofreudiano.secaocuiaba@gmail.com