Núcleo Dourados

O Núcleo Dourados foi fundado em 28 de Março de 2015, estando desde o início em um movimento de busca incessante pela formação do psicanalista, ou seja, por um fazer do analista. Pautados no tripé: análise pessoal, supervisão e estudo teórico (Freud, 1926), um grupo de psicólogos, que fez parte de Escolas de Psicanálise do Mato Grosso do Sul, deu início aos movimentos destinados à transmissão da psicanálise, sendo estes sempre impulsionados pela psicóloga ¹Janaina Bianchi desde o ano de 2005 na cidade de Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul. 

O percurso se fez de maneira dançante, pois sabemos que a arte antecede o saber, como tão bem nos aponta Freud (1908), de modo que a busca pela técnica se uniu a arte da bailarina.  Calçada em suas delicadas sapatilhas de cetim, deslizou até o encontro com o estilo técnico e poético do Corpo Freudiano Escola de Psicanálise Seção Rio de Janeiro e, a partir da transferência estabelecida e acolhimento da demanda por uma possibilidade de formação conduzida pelo Corpo Freudiano na cidade de Dourados, a coreografia pôde, enfim, ser iniciada. Em 2011, Marco Antonio Coutinho Jorge presenteia a cidade com “Fundamentos da Psicanálise I” (2000). Assim, realiza-se o Pas de Deux entre o Corpo Freudiano e Dourados.

O que haveria em comum entre o fazer do analista e do bailarino? Freud já dizia que o analista tem muito a aprender com o artista, sobretudo porque, no fazer artístico haveria algo que não se limitaria a uma apreensão consciente e intencional, ou seja, algo se daria no limite entre o simbólico e o real, contando ainda com a participação do imaginário. Assim, a formação do analista, que diz respeito ao tripé já mencionado aqui, se propõe justamente a abordar o “real em jogo” daí decantado, operando, para tanto, a partir da linguagem. Assim, poderíamos dizer que a formação de um analista se aproxima da arte de um bailarino, pois em ambas haveria uma articulação entre técnica e poética: o bailarino ofereceria seu corpo a um trabalho técnico, para em seguida entregar-se a experiência artística do movimento, enquanto o analista, nos passos de sua formação, se apropriando de uma ética que é sempre a do desejo, se permitiria dançar nos “embalos do real”.

Sendo assim, a partir disso, esse Ballet, que antes operava apenas a partir de uma técnica, dá um novo passo, de tal modo que o Chainés passa a ser dançado por muitos pés. Diante da proposta de Formação em Psicanálise e em torno dessa transferência de trabalho com “O Corpo”, um grupo de psicólogos se reúne: Antônio Garcia Neto, Carla Cristina B. Valota, Larissa Vieira e Maria Luiza Albuquerque, apostando no dispositivo de um Cartel que teve por tema o “Amor” e contava com a presença de Denise Maurano como mais um, e, desse modo, efetuada definitivamente a ligação com o Corpo Freudiano Escola de Psicanálise – Seção Rio de Janeiro. A partir deste laço, uma visita é realizada por todos os integrantes a essa Seção, entrelaçando os movimentos que seriam dançados no ritmo do desejo e da transferência. Posteriormente veio a se ligar a este grupo inicial Vanessa Mayara Todero Gonçalves, Maria Helena Touro Beluque e Cyntia Gnoatto. Hoje o Núcleo Dourados já conta com a presença de muitos membros e segue transmitindo os conceitos psicanalíticos tanto em sua formação básica como na formação permanente.

A possibilidade de crer na existência desse ponto de apelo detém o estranho poder de fazer evoluir os gestos desajeitados e imprecisos do sujeito em direção a um movimento súbito, habitado pela graça e pela precisão, como se com o desaparecimento da dúvida pudesse desaparecer a indecisão que parasitava os movimentos do sujeito e surgir uma espécie de decisão nova: decisão de ir em direção a (Didier,1999, p.17)

¹Bailarina e Psicanalista em Formação pelo Corpo Freudiano Escola de Psicanálise.

Formação Básica

A Formação Básica no Núcleo Dourados trabalha, primordialmente, com a introdução dos conceitos fundamentais da psicanálise, a partir de Freud e de Lacan, desde à descoberta do inconsciente, lugar de onde nasce a psicanálise até o segundo dualismo pulsional, apresentados conjuntamente, evidenciando a complexa evolução conceitual própria da psicanálise. As aulas são realizadas nas duas primeiras terças-feiras do mês, das 16:00 às 17:30 do MS.

Módulos

A Formação Básica se divide em cinco módulos com duração de um ano cada um deles:

  • Real, Simbólico e Imaginário
  • Inconsciente e Pulsão
  • Transferência e Repetição
  • Édipo e Castração em Freud e Lacan
  • Introdução às Estruturas Clínicas

Jornada Interna da Formação Básica

Ao final de cada módulo (anual) da Formação Básica, os trabalhos produzidos a partir do desejo de membros e associados serão apresentados na Jornada Interna a qual acontecerá no mês de Dezembro.

Entrada para Formação Básica

Para o ingressar na Formação Básica é necessário dar entrada ao processo de entrevistas pelo número (67)99858-1052, falar com Stéfany Bárbara dos Santos Pereira, secretária do Núcleo Dourados, em horário comercial. É solicitado ao candidato uma carta de intenção a qual deverá ser escrita de modo a relatar os motivos pelos quais deseja se filiar como Membro ao Corpo Freudiano Escola de Psicanálise, Núcleo Dourados, MS, além de algumas considerações sobre seu percurso acadêmico e/ou profissional. E com a carta deverá ser inserido o endereço, o e-mail e contatos telefônicos. Todo o material deverá ser encaminhado para o e-mail dourados@corpofreudiano.com.br até a data estipulada. Após essa etapa serão agendadas as datas para a entrevista com a equipe responsável pelo processo, o qual terá, aproximadamente, seis meses de duração. O procedimento pretende tatear o conhecimento prévio da teoria de cada candidato, bem como suas condições subjetivas no que tange a sustentação do desejo pela formação. Importante ressaltar que se pôr ventura o candidato durante o processo ou mesmo na posição de membro associado tiver que interromper ou se desvincular da instituição deverá ser escrita uma carta esclarecendo os motivos por sua decisão.

Coordenação: Ticiana Silva 

Equipe Responsável: Maria Luiza Albuquerque e Vanessa Mayara Todero Gonçalves.

Formação Permanente

A Formação Permanente se endereça àqueles que almejam dar seguimento ao percurso singular de sua formação. Desse modo, a proposta é de promover uma série de reflexões que façam jus à riqueza do campo freudiano, psicanálise em intenção, além de promover as variadas conexões interdisciplinares a que ela se propõe, psicanálise em extensão. Aqui, o avanço teórico se dá a partir dos conceitos psicanalíticos em continuidade. Nossa Formação Permanente se dinamiza por meio de seminários, de grupos de estudo, de conferências, de jornadas e de cartéis.

Seminários

Este dispositivo considera um espaço essencial para o avanço da Psicanálise em extensão por meio de debates sobre temas articulados à necessidade atual e, sobremaneira a troca de conhecimentos de diversas realidades. Os seminários propostos são:

Seminário “Psicanálise e Política” 

Últimas terças-feiras do mês

Diante do desejo em aprofundar teoricamente a articulação entre psicanálise e política, sobretudo em relação a contribuição psicanalítica para com as “clínicas públicas”, tomando como ponto de referência a perspectiva de Sigmund Freud desde 1918, no pós-guerra, onde reagiu dizendo: “Sinto-me atraído a rever a posição de nosso procedimento terapêutico”, a seu público no V Congresso Psicanalítico Internacional, em Budapeste, e escreve: “A consciência da sociedade irá despertar, e fará com que lembremos de que o pobre deve ter tanto direito à assistência para sua mente quanto dispõe agora do auxílio oferecido pela cirurgia a fim de salvar a sua vida […]. Então, serão criadas instituições e clínicas ambulatoriais […] Tais tratamentos serão gratuitos.” Embora “a situação pertence ao futuro”. A atividade será realizada com o suporte de psicanalistas estudiosos nessa área de pesquisa.

Seminários “Preparatórios para o Encontro Nacional e Colóquio Internacional, 2021”

Atividade Trimestral

  Com o objetivo de atualizar e preparar os membros para as discussões e construções teóricas que contribuem para o avanço e atravessamento da própria psicanálise nos contextos histórico, político e cultural, essa atividade contará com a participação de convidados ilustres do Corpo Freudiano, onde será abordado o tema do Encontro Nacional e Colóquio Internacional da Escola: “O Feminino e a Política da Psicanálise”.

Seminário “Psicanálise e Literatura” 

Atividade Semestral

A proposta surge a partir da demanda em promover a conexão entre Psicanálise e a Arte, bem como desenvolver um estudo clínico dos personagens da obra indicada com o intuito de refinar a escuta de elementos teóricos/clínicos presentes na Literatura.  

Livro indicado: Khaled Hosseini. Cidade do Sol. Ed. Riverhead Books,2007.

Cartéis

Trata-se de um dispositivo o qual Lacan em junho de 1964 no Ato de Fundação da Escola Francesa de Psicanálise, a qual denominada, posteriormente, de Escola Freudiana de Paris, aposta nessa nova transmissão da psicanálise e nos esclarece:

“Para a execução do trabalho, adotaremos o princípio de uma elaboração apoiada num pequeno grupo. Cada um deles (temos um nome para designar esses grupos) se comporá de no mínimo três pessoas e no máximo cinco, sendo quatro a justa medida. MAIS UM encarregado da seleção, da discussão e do destino a ser reservado ao trabalho de cada um. Após um certo tempo de funcionamento, os componentes de um grupo verão ser-lhes proposta a permuta para outro”. (“Ato de fundação”, in Outros escritos, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2003, p.235)

É importante ressaltar que a dimensão dessa aposta se revela em sua plenitude em março de 1980, em D´Ecolage, posterior à dissolução da Escola (janeiro de 1980), deixando claro sua insistência nessa proposta:

“(…) dou partida à Causa Freudiana — e restauro em seu favor o órgão de base retomado da fundação da Escola — ou seja, o cartel — cuja formalização, feita a experiência, aprimoro:

Primeiro — Quatro se escolhem, para prosseguir um trabalho que deve ter seu produto. Eu preciso: um produto próprio de cada um e não coletivo.

Segundo — A conjunção dos quatro se faz em torno de um Mais-Um [Plus-Un] que, sendo qualquer um, deve ser alguém. Ele será encarregado de cuidar dos efeitos internos da empreitada e de provocar sua elaboração.

Terceiro — Para prevenir o efeito de cola1, permutação deve ser feita, no prazo fixado de um ano, dois no máximo.

Quarto — Nenhum progresso deve ser esperado, a não ser o de uma colocação a céu aberto periódica dos resultados, como das crises de trabalho.

Quinto — O sorteio assegurará a renovação regular das referências criadas com a finalidade de vetorializar o conjunto.” (“D’Écolage”, in Ornicar?, nº20-21, Paris, Lyse, 1980, p.15)

Portanto, entendemos que o cartel é um o dispositivo por excelência capaz de propiciar a passagem da psicanálise em intensão para a psicanálise em extensão, criando uma outra articulação de laço social. Os cartéis inscritos pelo Núcleo Dourados são:

Cartel “Instituições Psicanalíticas” inscrito em 30/10/2020

Cartelizantes: Carla Cristina B. Valota; Fernanda Samico; Lavínia Brito; Janaina Bianchi

Mais-um: Denise Maurano

Direção

Janaina Bianchi de Mattos

Coordenação de Ensino

Carla Cristina B. Valota Esteves

Coordenação de Cartéis

Ticiana Silva

Secretária

Stéfany Bárbara dos Santos Pereira

Contato

Telefone: (67)99858-1052 falar com Stéfany Bárbara dos Santos Pereira, secretária do Núcleo Dourados.

e-mail: dourados@corpofreudiano.com

DIREÇÃO

Janaina Bianchi de Mattos

COORDENAÇÃO DE ENSINO

 Carla Cristina B. Valota Esteves

ATIVIDADES ON-LINE PELA PLATAFORMA ZOOM